Vantagens e desvantagens das interfaces padronizadas nos sistemas jurídicos

Pedro Domingos diz, no livro Algoritmo Mestre, que se pudéssemos voltar no tempo, para o início do século XX e disséssemos às pessoas que seria inventada uma máquina que resolveria problemas de todas as áreas do conhecimento humano, a mesma máquina para todos os problemas, ninguém acreditaria. As pessoas responderiam que máquinas de costura não datilografam e máquinas de escrever não costuram. Essa máquina universal é o computador. E o segredo é o software, os programas.

Esta universalidade fez com que o computador passasse a ser utilizado em larga escala e que a maneira como os usuários interagem com essas máquinas passa a ser crucial.

As empresas de software precisam estar constantemente preocupadas em como seus usuários utilizarão seus produtos. Quem desenvolve sistemas para gestão jurídica deve se preocupar como os advogados e paralegais utilizarão com eficácia e eficiência as funcionalidades disponíveis. Quanto mais recursos para automatizar as áreas, mais a interface precisa dar conta de esconder essa complexidade.

Usuários desejam acessar rapidamente as informações, com menos cliques e em diversos dispositivos que possuem telas de tamanho completamente diferentes. Não estão todos necessitando das mesmas funcionalidades disponíveis nos sistemas. Pode haver pequenas e médias variações dependendo de cada usuário. Atividades aparentemente semelhantes, como cadastrar processos, por exemplo, pode exigir variações importantes: processos cíveis, trabalhistas e tributários podem ter informações diferentes e excludentes entre si.

Sistemas de gestão costumam abranger diversas áreas e muitos usuários que trabalham mais com cadastramentos, tendem a utilizar funcionalidades diferentes daqueles que necessitam apenas consultar, corrigir valores, atribuir riscos e preparar petições, consultar andamentos de processos e muitas outras.

A menor mudança de um detalhe aparentemente trivial para um usuário, como posicionar um item favorito e muito utilizado por ele, e não por outros, pode alterar muito o padrão de comportamento do usuário diante do computador e resultar em maior produtividade e eficiência.

Os sistemas devem vir com interfaces padronizadas, pois isso facilita a utilização inicial; mas no decorrer do tempo o usuário vai percebendo que existem caminhos que utiliza mais que outros e que se esses caminhos fossem encurtados poderia ser mais produtivo.

É impossível mapear como cada usuário deseja utilizar um produto. O melhor é deixar na mão dos usuários muitas configurações, para que ele decida no dia-a-dia como é melhor para ele.

Assim é o Espaider 7, uma interface padronizada no início, mas fluida, que pode ser alterada pelo próprio usuário e o sistema guarda para “aquele” usuário como o sistema deve se comportar. É isso que a Fácil denomina “uma nova experiência usuário-máquina”; a interface é maleável e mantém a configuração para cada usuário.


Publicado em: 24/04/2020